As baterias de íons de lítio, desenvolvidas para uso na telefonia móvel, podem ser a solução para carros híbridos e elétricos
Quem teve telefone celular na década de 90 deve se lembrar da limitada autonomia das baterias. Era comum ver pessoas levando uma ou até duas baterias extras na bolsa. E o carregador veicular, ligado no acendedor de cigarros, era equipamento obrigatório. Isso virou história quando as baterias de níquel cádmio (NiCd) começaram a ser substituídas pelas de íons de lítio (Li-ion), com capacidade de carga três vezes maior, tamanho e peso reduzido e sem o chamado efeito memória – elas não precisam ser descarregadas por completo antes de ser recarregadas. O próximo setor a se beneficiar das baterias de Li-ion é o automotivo.
A futura geração de carros híbridos já terá baterias de Li-ion. E, se os japoneses da Toyota saíram na frente com o Prius, em 1997, equipado com baterias NiCd, agora será a vez de os alemães da Mercedes apresentarem a nova tecnologia, a bordo do modelo S 400 BlueTec, que estréia em 2009.
As baterias de íons de lítio são vistas como a chave para o sucesso dos veículos híbridos por oferecer maior capacidade de armazenamento e uma densidade de energia (quantidade de elétrons em uma mesma região) três vezes maior que uma de NiCd.
Mas qual teria sido a causa da defasagem que houve entre as baterias usadas na telefonia e as empregadas na indústria automobilística? Isso ocorreu por dois fatores primordiais: o custo elevado e a instabilidade química. Há uma década, as baterias Li-ion apresentavam o risco de explosão enquanto eram recarregadas.
Outro problema que teve de ser resolvido foi o controle da elevada temperatura das baterias. A Mercedes-Benz adotou uma solução simples e muito engenhosa ao aproveitar o sistema de ar-condicionado do S 400 BlueTec para o resfriamento do compartimento de baterias Li-ion.
A General Motors também acelera o desenvolvimento de seus modelos com tecnologia Li-ion. Em parceria com a japonesa Hitachi, a montadora norte-americana deve colocar no mercado a partir de 2010, já como modelos 2011, uma nova safra de híbridos: Saturn Aura, Cadillac CTS, Chevrolet Camaro e Corvette.
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Os modelos híbridos atuais têm dois motores: um elétrico, que trabalha nas arrancadas e nas baixas velocidades, e um a combustão, acionado em altas velocidades. Suas baterias são recarregadas em uma fonte externa e também aproveitam a energia gerada durante as reduções de marcha e desacelerações do motor convencional. Já o Volt (foto), projeto da GM, é movido apenas pela força de um motor elétrico e tem um motor a combustão (1 litro, três cilindros com turbocompressor) com a única função de recarregar as baterias de Li-ion.
Reportagem obtida do site : http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/energia/conteudo_278200.shtml